UMA TELA COM SABOR DE SAUDADE
A aurora surgiu
De um encarnado
dourado.
Com o correr das horas
O dia vestiu-se
de tons plúmbeos
Desanimadores...
Ao cair da noite
decido pintar-te
numa tela só minha
para sempre admirar-te.
Pinto-te...
Retratando
o Tu que vejo,
e em mim fica marcado.
Chegaste,
de mãos vazias
sem promessas,
De homem palhaço
te vestiste,
Arrancaste gargalhadas,
acompanhaste sorrisos
Chegaste,
sem promessas,
De mãos vazias.
E, eu
vou-te pintando
dia, após dia.
Argumentista convicto,
Rebelde sem causa,
Irreverente.
Chegaste,
sem promessas,
De mãos vazias.
Conversador nato,
Ouvinte atento,
Mago sedutor...
Chegaste,
sem promessas,
De mãos vazias.
Só com a certeza
que te vais embora....
Um destes dias.
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Rita Sousa
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Blog: O POnto do Poema.
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