ADEUS ANO VELHO.
Foi-se mais um ano,
Entre alegrias
E desengano
Cá estou eu,
Você, nós.
Muitos sem dinheiro,
Sem direitos adquiridos
Desrespeitados,
Sem vós.
Estamos
Em um beco sem saída
Ainda com vida.
Cheios de sonhos
Que são mais
Que pesadelos?
Cadê aqueles
Que um dia os geramos
Trouxemos de vez à vida?
Hoje só nos dão saudades.
Pois,
Curtindo suas vontades
Lá bem longe
Nem sequer um alô
Um olá
Um como vai.
E ainda
Vem no Natal nos desejar
Feliz natal.
Isso até nos faz mal
De ver tanta hipocrisia
e nos trezentos
E sessenta dias
Nem um abraço
Nem uma visita
A solidão até me irrita.
Adeus ano velho
Feliz ano novo,
Neste ano
Que agora se inicia
Não me traga nostalgia
Traga-me amor
Boas coisas
Alegria!
E aos meus filhos
A quem amo de montão
Dê pra eles prosperidade
Boas amizades
E muito amor no coração.
E para aquela
A quem amo de montão
Com qum me casei
E lhe dei meu coração
Prometo:
Lhe darei somente alergias
Amor e fidelidade
Em nossa doce união,
....................................
Feliz 2017 a todos.
sexta-feira, 30 de dezembro de 2016
sábado, 24 de dezembro de 2016
ENTÃO, É NATAL
ENTÃO É NATAL
Simone
Então é Natal,
e o que você fez?
O ano termina,
e nasce outra vez
Então é Natal,
a festa Cristã
Do velho e do novo,
do amor como um todo
Então bom Natal,
e um ano novo também
Que seja feliz quem
souber o que é o bem
Então é Natal,
pro enfermo e pro são
Pro rico e pro pobre,
num só coração
Então bom Natal,
pro branco e pro negro
Amarelo e vermelho,
pra paz afinal
Então bom Natal,
e um ano novo também
Que seja feliz quem,
souber o que é o bem
Então é Natal,
o que a gente fez?
O ano termina,
e começa outra vez
Então é Natal,
a festa Cristã
Do velho e do novo,
o amor como um todo
Então bom Natal,
e um ano novo também
Que seja feliz quem,
souber o que é o bem
Harehama,
há quem ama
Harehama, ha
Então é Natal,
e o que você fez?
O ano termina,
e nasce outra vez
Hiroshima, Nagasaki,
Mururoa, ha...
É Natal, é Natal, é Natal
sexta-feira, 23 de dezembro de 2016
PAI NOSSO DO NATAL.
PAI NOSSO DO NATAL
Pai-pai Noel nosso de cada Natal
Santificado seja nosso presépio
Venha a nós os vossos presentes
De humildade, sabedoria e caridade
Que seja feita muitas festas
Para o maior aniversariante
Assim com fazemos o nosso...
Santificado seja nosso presépio
Venha a nós os vossos presentes
De humildade, sabedoria e caridade
Que seja feita muitas festas
Para o maior aniversariante
Assim com fazemos o nosso...
O brilho da estrela guia
Nos dai hoje, para nos guiar o ano todo.
Perdoai pela nossa destruição das árvores
E dos natais de quem tem fome num
planeta tão cheio de alimento, assim
como a natureza nos perdoa e nos tolera.
Que possamos ser como o anjo Gabriel
Mensageiro da paz e da boa nova,
Como Maria
Dizendo sempre sim para Deus
Livrai-nos das tentações da soberba
Da intolerância da arrogância
E do Natal consumista.
Livrai-nos, também, Senhor
Do esquecimento de seu aniversário
FELIZ ANIVERSÁRIO, JESUS.
Nos dai hoje, para nos guiar o ano todo.
Perdoai pela nossa destruição das árvores
E dos natais de quem tem fome num
planeta tão cheio de alimento, assim
como a natureza nos perdoa e nos tolera.
Que possamos ser como o anjo Gabriel
Mensageiro da paz e da boa nova,
Como Maria
Dizendo sempre sim para Deus
Livrai-nos das tentações da soberba
Da intolerância da arrogância
E do Natal consumista.
Livrai-nos, também, Senhor
Do esquecimento de seu aniversário
FELIZ ANIVERSÁRIO, JESUS.
(Jarbas Carvalho Marques)
quinta-feira, 22 de dezembro de 2016
QUANDO UM HOMEM QUISER
QUANDO UM HOMEM QUISER
Tu que dormes à noite
na calçada do relento
numa cama de chuva
numa cama de chuva
com lençóis feitos de vento
tu que tens o Natal da solidão,
tu que tens o Natal da solidão,
do sofrimento
és meu irmão,
és meu irmão,
amigo, és meu irmão
E tu que dormes
E tu que dormes
só o pesadelo do ciúme
numa cama de raiva
numa cama de raiva
com lençóis feitos de lume
e sofres o Natal da solidão
e sofres o Natal da solidão
sem um queixume
és meu irmão, amigo,
és meu irmão, amigo,
és meu irmão
Natal é em Dezembro
mas em Maio pode ser
Natal é em Setembro
é quando um homem quiser
Natal é quando nasce
uma vida a amanhecer
Natal é sempre o fruto
que há no ventre da mulher
Tu que inventas ternura
Natal é em Dezembro
mas em Maio pode ser
Natal é em Setembro
é quando um homem quiser
Natal é quando nasce
uma vida a amanhecer
Natal é sempre o fruto
que há no ventre da mulher
Tu que inventas ternura
e brinquedos para dar
tu que inventas bonecas
tu que inventas bonecas
e comboios de luar
e mentes ao teu filho
e mentes ao teu filho
por não os poderes comprar
és meu irmão,
és meu irmão,
amigo, és meu irmão
E tu que vês na montra
E tu que vês na montra
a tua fome que eu não sei
fatias de tristeza
fatias de tristeza
em cada alegre bolo-rei
pões um sabor amargo
pões um sabor amargo
em cada doce que eu comprei
és meu irmão, amigo,
és meu irmão, amigo,
és meu irmão.
.................................
Ary dos Santos,
Ary dos Santos,
domingo, 18 de dezembro de 2016
SUBVERSIVA
SUBVERSIVA
A poesia
Quando chega
Não respeita nada.
Quando chega
Não respeita nada.
Nem pai nem mãe.
Quando ela chega
De qualquer de seus abismos
Quando ela chega
De qualquer de seus abismos
Desconhece
o Estado
e a Sociedade Civil
Infringe o Código de Águas
Relincha
Infringe o Código de Águas
Relincha
Como puta
Nova
Em frente
Nova
Em frente
ao Palácio da Alvorada.
E só depois
Reconsidera: beija
Nos olhos os que ganham mal
Embala no colo
Os que têm sede de felicidade
E de justiça.
Reconsidera: beija
Nos olhos os que ganham mal
Embala no colo
Os que têm sede de felicidade
E de justiça.
E promete incendiar o país.
( Ferreira Gullar )
quinta-feira, 15 de dezembro de 2016
NÃO HÁ VAGAS
NÃO HÁ VAGAS
O preço do feijão
não cabe no poema.
não cabe no poema.
O preço
do arroz
não cabe no poema.
Não cabem no poema
do arroz
não cabe no poema.
Não cabem no poema
o gás
a luz o telefone
a sonegação
do leite
da carne
do açúcar
do pão
a luz o telefone
a sonegação
do leite
da carne
do açúcar
do pão
O funcionário público
não cabe no poema
com seu salário de fome
sua vida fechada
em arquivos.
Como não cabe no poema
o operário
que esmerila seu dia de aço
e carvão
nas oficinas escuras
não cabe no poema
com seu salário de fome
sua vida fechada
em arquivos.
Como não cabe no poema
o operário
que esmerila seu dia de aço
e carvão
nas oficinas escuras
- porque o poema,
senhores,
está fechado:
“não há vagas”
está fechado:
“não há vagas”
Só cabe no poema
o homem
o homem
sem estômago
a mulher de nuvens
a fruta sem preço
a mulher de nuvens
a fruta sem preço
O poema, senhores,
não fede
nem cheira
não fede
nem cheira
sábado, 10 de dezembro de 2016
AMANHECIMENTO.
AMANHECIMENTO
De tanta noite
que dormi contigo
no sono acordado
no sono acordado
dos amores
de tudo que
de tudo que
desembocamos
em amanhecimento
a aurora acabou
a aurora acabou
por virar processo.
Mesmo agora
quando nossos poentes
Mesmo agora
quando nossos poentes
se acumulam
quando nossos destinos
quando nossos destinos
se torturam
no acaso ocaso
no acaso ocaso
das escolhas
as ternas folhas roçam
a dura parede.
nossa sede se esconde
atrás do tronco da árvore
e geme muda de modo
as ternas folhas roçam
a dura parede.
nossa sede se esconde
atrás do tronco da árvore
e geme muda de modo
a só nós ouvirmos.
Vai assim seguindo
Vai assim seguindo
o desfile das tentativas de nãos
o pio de todas as asneiras
todas as besteiras
o pio de todas as asneiras
todas as besteiras
se acumulam em vão
ao pé da montanha
Para um dia partirem
Para um dia partirem
em revoada.
Ainda que nos anoiteça
tem manhã nessa invernada
Violões, canções,
Ainda que nos anoiteça
tem manhã nessa invernada
Violões, canções,
invenções de alvorada…
Ninguém repara,
nossa noite está acostumada.
Ninguém repara,
nossa noite está acostumada.
sexta-feira, 9 de dezembro de 2016
SAFENA
SAFENA
Sabe o que é um coração
amar ao máximo
amar ao máximo
de seu sangue?
Bater até o auge
Bater até o auge
de seu baticum?
Não, você não sabe
Não, você não sabe
de jeito nenhum.
Agora chega.
Reforma no meu peito!
Pedreiros, pintores,
Agora chega.
Reforma no meu peito!
Pedreiros, pintores,
raspadores de mágoas
aproximem-se!
Rolos, rolas, tinta, tijolo
comecem a obra!
Por favor, mestre de Horas
Tempo, meu fiel carpinteiro
comece você primeiro
aproximem-se!
Rolos, rolas, tinta, tijolo
comecem a obra!
Por favor, mestre de Horas
Tempo, meu fiel carpinteiro
comece você primeiro
passando verniz nos móveis
e vamos tudo de novo
e vamos tudo de novo
do novo começo.
Iansã, Oxum, Afrodite,
Iansã, Oxum, Afrodite,
Vênus e Nossa Senhora
apertem os cintos
Adeus ao sinto
apertem os cintos
Adeus ao sinto
muito do meu jeito
Pitos ventres pernas
aticem as velas
que lá vou de novo
Pitos ventres pernas
aticem as velas
que lá vou de novo
na solteirice
exposta ao mar da mulatice
à honra das novas uniões
Vassouras, rodos, águas,
exposta ao mar da mulatice
à honra das novas uniões
Vassouras, rodos, águas,
flanelas e cercas
Protejam as beiras
lustrem as superfícies
aspirem os tapetes
Vai começar o banquete
de amar de novo
Gatos, heróis, artistas,
Protejam as beiras
lustrem as superfícies
aspirem os tapetes
Vai começar o banquete
de amar de novo
Gatos, heróis, artistas,
príncipes e foliões
Façam todos suas inscrições.
Sim. Vestirei vermelho
Façam todos suas inscrições.
Sim. Vestirei vermelho
carmim escarlate
O homem que hoje me amar
Encontrará outro lá dentro.
Pois que o mate.
O homem que hoje me amar
Encontrará outro lá dentro.
Pois que o mate.
COR-RESPONDÊNCIA
COR-RESPONDÊNCIA
Remeta-me os dedos
em vez de cartas de amor
que nunca escreves
que nunca recebo.
Passeiam em mim
em vez de cartas de amor
que nunca escreves
que nunca recebo.
Passeiam em mim
estas tardes
que parecem repetir
o amor bem feito
que voce tinha mania
que parecem repetir
o amor bem feito
que voce tinha mania
de fazer comigo.
Não sei amigo
se era o seu jeito
ou de propósito
mas era bom,
Não sei amigo
se era o seu jeito
ou de propósito
mas era bom,
sempre bom
e assanhava as tardes.
Refaça o verso
que mantinha sempre tesa
a minha rima
firme
confirme
o ardor dessas jorradas
de versos
e assanhava as tardes.
Refaça o verso
que mantinha sempre tesa
a minha rima
firme
confirme
o ardor dessas jorradas
de versos
que nos bolinaram
os dois
a dois.
Pense em mim
e me visite no correio
de pombos
Pense em mim
e me visite no correio
de pombos
onde a gente
se confunde
Repito:
Se meta na minha vida
outra vez meta
Remeta.
Repito:
Se meta na minha vida
outra vez meta
Remeta.
terça-feira, 6 de dezembro de 2016
LIVRE
LIVRE
Livre!
Ser livre
da matéria escrava,
arrancar os grilhões
arrancar os grilhões
que nos flagelam
e livre penetrar
e livre penetrar
nos Dons que selam
a alma e lhe emprestam
a alma e lhe emprestam
toda a etérea lava.
Livre da humana,
da terrestre bava
dos corações daninhos
dos corações daninhos
que regelam,
quando os nossos sentidos
quando os nossos sentidos
se rebelam
contra a Infâmia
contra a Infâmia
bifronte que deprava.
Livre!
bem livre
para andar mais puro,
mais junto à Natureza
mais junto à Natureza
e mais seguro
do seu Amor,
do seu Amor,
de todas as justiças.
Livre!
para sentir a Natureza,
para gozar,
para gozar,
na universal Grandeza,
Fecundas
Fecundas
e arcangélicas preguiças.
sábado, 3 de dezembro de 2016
ALMA SOLITÁRIA.
ALMA SOLITÁRIA.
Alma solitária
Ó Alma doce
e triste e palpitante!
que cítaras soluçam
que cítaras soluçam
solitárias
pelas Regiões
pelas Regiões
longínquas, visionárias
do teu Sonho
do teu Sonho
secreto e fascinante!
Quantas zonas
de luz purificante,
quantos silêncios,
quantos silêncios,
quantas sombras várias
de esferas imortais,
de esferas imortais,
imaginárias,
falam contigo,
falam contigo,
ó Alma cativante!
que chama acende
os teus faróis noturnos
e veste
e veste
os teus mistérios
taciturnos
dos esplendores
dos esplendores
do arco de aliança?
Por que és assim,
melancolicamente,
como um arcanjo
como um arcanjo
infante, adolescente,
esquecido
esquecido
nos vales da Esperança?!
.....................................
( Cruz e Sousa )
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