VIDA DI RITIRANTI.
(Poesia de matuto, de: Erleu
Fernandes)
Composta em:10/9/13 – ás 0.00h - Em
Curitiba – Pr.
Nóis era pessoa boa
Num vivia andano a tôa
Nóis trabaiava tamém.
Criava us nosso fio
Cum respeito, amô i brio
Num dexava nada fartá.
Mas u tempo foi passano
Nóis fumo diiscursuano
Inté qui a pobreza omentô.
Nóis viemo pra cidade
Buscá a tar filicidade
Pensano di ela encontrá.
Mais qui nada!
Só tristeza e tromento
Nessas rua de cimento
Foi o que nóis incontrô.
Andano pela estrada
Discarso, de rôpa rasgada
Em cada pessoa que oiava
Num via nem sintimento.
Foi intonce que mi alembrei
Qui lá naqueis cafundó
Dim donde nós vei pra cá
Num tinha munta fartura.
Quage num tinha mistura
As veis tinha um tatu
Um lagarto ô um gambá
Ou memo uma traira
Dispois de rancá minhoca
Nóis ia no rio pescá.
Magi nóis num passava fomi
O bão deusu, u pai dos homi
Sempri nus acudiu.
Nóis sempre achava uma serraia
Um inorme cará barbado
Daí fazia um guizado.
Nóis ficava alimentado.
Sem cumida na barriga
Nóis ficava alimentado.
Sem cumida na barriga
Nunca ninguém drumiu.
Aqui na cidadi é difici.
Tudo qui nóis pricisá
Nóis tem é qui si comprá.
Ô intão,
I prus fundo dos mercado
Pras coisas que eis joga fora
A genti podê pegá.
Tô quereno uma ajuda
Prá vortá pro meu lugá.
Continuá na pobreza
Sem tê munta triteza
Di vê os fio chorando
Cum a barriguinha roncano
Sem nada pra alimentá.
Confiano nu bão deusu
Creno que só cum a morte
É qui nóis vai socegá.
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