CANTINHO NO CÉU
(Poesias- Erleu Fernandes - 10/01/14)
O tempo vai passando sutilmente
A gente nem consegue ver
Que os anos como sem querer
Vão tirando de nós a beleza,
E até o brilho dos nossos olhos
Que a gente trouxe ao nascer.
Adeus minha infância querida
Aurora resplendorosa da vida
Dos meus belos tempos de ouro
Que passei em minha mocidade.
Brincando nos campos e cachoeiras
Subindo e descendo aqueles morros.
Hoje tudo em mim é somente saudade,
Daquela minha querida mocidade
Dos tempos vividos lá no meu interior.
Eu lá não sentia solidão nem tristeza
Sentindo o belo perfume da natureza.
Caminhava e sorria e vivia sem dor.
Depois que tive que vir para a cidade
Onde a gente só vê pobreza, morte e vaidade
Só vivem nas grandes correrias de vindas e idas
É isso, as pessoas daqui só vivem apressadas
Sem dar um bom dia ou boa tarde a ninguém.
Preocupando-se somente com as suas vidas.
Só se ouve o barulhos dos motores
E os guarda na rua apitos soando.
Não se ouve um gaturamo cantando
Ou então um canarinho solto trinando.
Nem sequer se ouve um boi mugindo.
Pra se comer uma fruta só pagando.
Saudade! É essa dor que machuca
Este meu velho peito já bem cansado.
Sem o bom vigor da minha juventude
Hoje, sem força
já não sirvo mais pra nada
Sou um velho
com olhar triste e distante
Sem dinheiro,
sem alegria e sem saúde.
céu
Adeus eu dou
ao meu belo e ditoso passado
Onde eu era forte, destemido e invejado
Pela minha força e coragem sem vaidade.
Minha única esperança agora está em Deus
Que tenha-me reservado
um cantinho no céu
Onde eu possa viver
feliz na eternidade.
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