VELHO
Estás morto,
estás velho,
estás cansado!
Como um suco
Como um suco
de lágrimas pungidas
Ei-las, as rugas,
Ei-las, as rugas,
as indefinidas noites
do ser vencido e fatigado.
Envolve-te
o crepúsculo gelado
Que vai soturno
amortalhando as vidas
Ante o repouso
Ante o repouso
em músicas gemidas
No fundo
No fundo
coração dilacerado.
A cabeça pendida
de fadiga,
Sentes a morte
Sentes a morte
taciturna e amiga,
Que os teus nervosos
Que os teus nervosos
círculos governa.
Estás velho estás morto!
Ó dor, delírio,
Alma despedaçada
Alma despedaçada
de martírio
Ó desespero
Ó desespero
da desgraça eterna.
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