Margarida, minha doce amada.
O tempo cada vez nos afasta.
Reconheço que pouco ou quase nada fiz
Para provar-te o meu amor.
Fui levando a minha vida paralela a tua,
Pouco a pouco te perdendo.
Hoje, só resta-me escrever-te
Pra dizer-te o quanto te amei.
Na aurora de minha juventude
Despertastes em meus sonhos.
Que pouco tempo foi o bastante
Prá sentir o quanto te queria.
Mas, sempre rodeada de admiradores
Tu vivias.
E eu não podia sequer te tocar!
Temia que o meu amor fosse recusado!
E o tempo foi passando
E junto dele eu também passava.
E o meu sonho,
Que para mim era tão belo
Tornar-se-ia mais tarde num pesadelo,
Pois com outro voce se uniu!
Daí pra frente comecei a morrer.
Como a um rio que perde suas águas
Eu te perdi e morrí!
Que pena não ter sido uma morte física,
Em que eu sumisse!
Mas fiquei contemplando
Em meu castelo de dor e desilusão,
Sua felicidade,
Que devia ser comigo,
Nos braços de outro,
Que duvido amar-te
Uma milésima parte do quanto te amo!
Sim, Margarida!
Voce foi tudo que eu quis e não tive!
Tens alguém do teu lado,
Que não te quer com o meu querer.
Sem voce, sou e serei um barco
À deriva, no mar da vida.
Esperando que ao naufragar
Possa te encontrar na eternidade
E te amar para sempre no céu!
Adeus amor, sem ressentimentos!
Desejo-te muita páz e tranquilidade!
E se um dia,
Ao passares pelas estradas da vida
E te deparares com um mendigo,
Não vires o rosto e nem o desprezes,
Pois pode ser eu,
Que já morto.
Esteja apenas esperando
Pelo instante derradeiro de partir.
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A PORTA - 2003.
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