NEM SEMPRE.

NEM SEMPRE

Anoitece.

Tudo escurece

De repente.

Um silêncio total

Invade a natureza.

Neste instante

Me encontro 

sozinho

Como meu pobre

Coração

Marcada 

Pela tristeza.

Ao longe ouço piar

De um pássaro 

noturno.

Parece anunciar 

Que algo 

está chegando.

E surge a lua.

Tão bela e radiante

Que a toda terra

Vai clareando.

E o seu clarão

Tão esplendoroso

Clareia tudo

Ao mesmo instante.

E eu a fito, olhos 

Cheios de lágrimas

Com saudades

De um amor

Que está distante.

Parece-me

Que a lua,

Também chora.

Deve ser

Como eu 

De saudade.

Pois deve

Ter dado 

muito amor

E em troca

Recebeu

Só maldade.

Só assim

Eu sinto 

Que  a vida

As vezes 

Nos dá 

Tudo errado.

Nem sempre

A quem n

Nós amamos.

Por ela 

Somos amados.

.......................

Poesia do Erleu

Junho de 1967.