INOCÊNCIA
Vou aqui
como um anjo,
E, carregado
De crimes!
Com asas
de poeta voo
para o céu...
De tudo
eu me redimo.
Penitência
De ser artista!
Nada sei,
Nada valho,
Nada faço,
E abre-se
em mim
A força d
este abraço
Que abarca
o mundo!
Tudo amo,
admiro
e compreendo.
Sou como
um sol fecundo
Que adoça e doira,
Tendo calor apenas.
Puro, Divino
E humano
Como os outros
meus irmãos,
Caminho
nesta ingênua
confiança
De criança
Que faz milagres
ao bater as mãos.
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Miguel Torga – P.Português
Blog: O Ponto do Poema-Erleu.
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