ACORDA MEU BRASIL

ACORDA MEU BRASIL ( Erleu Fernandes)

No dia que eu jogo bola / Eu boto bola na rede / A casa que não tem porta / Nem telhado e nem parede./ Morar numa casa desta / Eu não quero não agüento / Prefiro dormir no campo / Passo a noite no relento.

No curral do seu Faria / Os bois já estão morrendo / Falta sal falta ração / Falta água falta feno. / Os bois já estão sem carne, / Sequer comem sal grosso / Já não se vê o que foi boi / Só se vê saco de osso.

Eu quero é dizer sim / Me perguntem o que foi / Cadê as matas tão belas / Viraram pasto de boi. / Será que os fazendeiros / Não param para pensar / Sem matas o nosso Brasil / Vai parar de respirar?

Nas cordas de minha viola / Melodia eu vou cantar / Perguntando aos doutores / O que eles tem a explicar / Sem matas para se ver / Nem passarinhos a voar / Como é que os nossos bichos / Vão poder aqui morar.

Acorda ó meu Brasil / Desperta minha nação. / São ricos sempre mais ricos / Andando nos seus carrões / Cantores e jogadores / Estão nadando em milhões / Compra tudo o que querem / E possui seus aviões.

E o pobre coitadinho / Só tem salário mesquinho / Usando suas sandalinhas / Ou pés descalços no chão. / Nunca comem um churrasco / O que ganham é tão pouco / Que fica lá no mercado / Não sobra nem para o pão.

Alerto a todos políticos / Governador e presidente / Deputados, senadores / Que dirigem essa nação. / Da fome nunca tem medo / Vão dando a bolsa família / Somente ao pobre iludindo / Nunca acaba o desemprego.

Como será o futuro / Dos meus filhos e meus netos / Sinto que muito pior / Do que estou vivendo agora. / Se não suportarem a dor /Quando a fome chegar / Muitos ficarão nos vícios / nem sequer irão na escola.

Acorda Brasil enquanto é tempo / Falta pouco pra chegar / O dia que esse povo / Não ter mais voz pra gritar. / Aí estes pobres sofridos / Sem comida e sem emprego / Não pensarão outra coisa / Vão querer só assaltar.

Então os pobres coitados / Sofrendo dores e ais / Serão presos e maltratados / Taxados de marginais. / É esse o futuro que vejo / para os pobres inocentes / Falta de um plano de governo / aos que elegemos presidentes.

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Blog: O Ponto do Poema.