QUASE UM POEMA DE AMOR
Há muito tempo
já faz,
que não escrevo
um poema de amor.
E é o que
eu sei fazer
com mais delicadeza!
A nossa natureza
da alma humana,
Tem essa humana
Graça Feiticeira.
É, de tornar
de um cristal
A mais sentimental
E baça Bebedeira.
Mas ou seja,
que vou
me envelhecendo
E ninguém
deseje ver em mim
Um homem
apaixonado?
Ou então,
que a antiga paixão
Me mantenha calado
O coração
Num íntimo pudor!
— Há! Já faz
muito tempo,
que não escrevo,
um novo poema
De amor.
..................................
Miguel Torgas – P.Português.
Algumas adaptações de:
Erleu Fernandes.
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