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Sabendo que a nossa vida é por um tempo, é passageira; quero aqui declarar que umas das melhores e grandes coisas que pude receber e manter sempre viva, sempre acesa é e sempre será a amizade dos meus amigos. Este blogs tem como objetivo levar a todos amigos e amigas que a ele visitarem, sempre, uma palavra, uma ideia e um motivo de encontrarem respostas para suas inspirações, meditações e crescimento na fé.

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segunda-feira, 26 de maio de 2014

ODEIA-ME PAIXÃO

ODEIA-ME PAIXÃO


Um intenso proliferar de palavras cruas,
a violência do desnudar da doçura das sílabas.
O que era suave e agradável chama incendiou-se,
devorou-se numa ardente fogueira.
Quebrou-se o lapidado encanto,
rompeu-se em cacos, enchendo tudo de decepção.
Lembranças quase que sagradas, 
intocáveis fotografias, todas esquecidas e rasgadas.
Queda do ídolo, o desfazer amargo da fantasia,
do altar de deusa ao poço sem fundo.
Não mais os brancos pássaros do céu, 
mas apenas alvos de obstinado caçador desperto
descobrindo que com a mesma força com que ama,
também odeia; a mágoa envenena o coração.
Então a surpresa, percebendo 
que ataca o que tanto defendeu, 
vendo nisto falta de sentido.
Na frustrada dor da perda,
transbordar o copo de amargura,
vertendo doce vinho em acre vinagre.
Inspiração às avessas, 
e o coração não quer sair de dentro de si, 
não quer ficar vazio,
Resiste quase sem forças 
ao agressivo ataque do ódio viril, 
por fim desfalecendo, abatido.
E onde havia luzes, fizeram-se sombras,
as cores vivas tornaram-se pardas, 
perdeu-se o brilho.
E por não conseguir manter o sonho, 
por não mais poder alimentar a fantasia,
então a desilusão,o engano, a acusação sórdida, 
a pesada injúria,a perda fazendo-o sentir-se lesado.
Traído em suas promessas de felicidade,
a tristeza deteriora-se em amargura, 
e a ironia em sarcasmo.
Algo de demência: aquele que destruiu 
não quer carregar a culpa pela destruição,
Quer isentar-se, não quer compartilhar 
o estereótipo de algoz, deseja ser vítima.
Penaliza-se consigo,autoflagela-se com críticas,
transforma  belo quadro em tosco rascunho.
Mais do que enganado, engana-se, 
mutilando a verdade, 
alimentando a ilusão da mentira,
criando neurótico roteiro,
dirigindo desgraçada peça, 
vitimando-se de seu próprio ódio.
O suposto combate vitorioso trará em si 
uma alma de grande derrota,
cegueira das paixões.
Sucumbirá ao destempero do rancor,
tombará mortalmente ferido
pela agressiva vingança.
Incineradas as doces lembranças 
e os afetivos sentimentos, 
restaram  aniquiladas cinzas, 
ínfimas partículas 
que ainda com um impulso de sórdido
desprezo atirará ao vento.
Então, pensando-se curado caíra doente,  
fugindo da dor, 
terá ido de encontro a seu aguilhão.
Desesperando-se em insanidade 
ao perceber densas cicatrizes 
que não consegue apagar.
Imagina-se como o moribundo 
que rasteja pelo árido deserto sedento de sede.
Por fim, acalmando-se 
por não suportar 
sustentar a própria fúria,
guardando as lágrimas,
Mas ainda desviando-se 
de qualquer possibilidade de consolo, 
mantendo sólida virilidade.
Percebendo-se só, reconhecendo o vazio,
calando o grito de revolta
que ecoa dentro de si, Tentando aceitar 
por uma questão de sobrevivência, 
buscando restaurar as exauridas forças.
Sentindo-se anestesiado,
vendo um horizonte adormecido,
consolando-se por estar vivo.
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Gilberto Brandão Marcon

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