CONTA-GOTAS
E quando não há vida?
E quando a vida é uma prisão?
Quando o sorriso é teatro
E os atores são raros
Acaso e predestinação
E quando não há poesia?
E quando é lasciva enquanto canção?
Quando a lágrima dança
Nas maçãs do teu rosto
Exposto ao escudo e a munição
Olhar pra tua fotografia
É ser o Cristo mal quisto
O rei mal vestido
O pior dos ladrões
Meu coração não suporta
A sombra do porta-retrato
E o sol dos teus porões
Quando eu te encontrei naquela rua
Todo vestido de orgulho
Quase fui humilhar teu perdão
Mas, imune, voltei pra casa
Nua, tonta e ferida
E um conta-gotas de vida nas mãos
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