CHORO!
(S. Paiva)
Choro pela vontade
de não aguentar a tua aspereza.
Choro, pois é coisa de ariana
com stellium em peixes.
Intensamente netuniana.
Intensamente netuniana.
Intensamente amarulhada.
Acabrunhada.
Choro, pois fico a me perguntar
se faz sentido isso tudo.
E por que viemos aqui.
E por que viemos aqui.
Choro, pois há muitas coisas
mal resolvidas
E que eu queria resolver,
mas falta tempo.
Choro, porque é meu alento.
Choro, embora quisesse sorrir.
Eu tento.
Choro, embora sem tormento.
Choro e canto, porque é um jeito
especial de sorrir.
Choro, porque denota ingratidão:
O fato de simplesmente chorar.
O fato de simplesmente chorar.
Não é isso, meu bem.
Choro, porque se não o fizesse,
Choro, porque se não o fizesse,
eu me disporia a gritar.
Assim como grita o rebelde
à Candelária.
Mas ninguém quer ouvir
seus próprios conflitos.
Eu os escondo.
Eu os escondo.
Pois há um choro silente lá fora,
de muitos.
Eles querem chorar, mas gritam.
E gritam.
E gritam.
E eu só queria concluir essa contestação.
.................................................................
Nenhum comentário:
Postar um comentário