CROMO.
Andamos pelo mundo
experimentando a morte
dos brancos cabelos
experimentando a morte
dos brancos cabelos
das palavras
atravessamos a vida
atravessamos a vida
com o nome do medo
e o consolo dalgum vinho
e o consolo dalgum vinho
que nos sustém
a urgência de escrever
não se sabe para quem
o fogo a seiva das plantas
a urgência de escrever
não se sabe para quem
o fogo a seiva das plantas
eivada de astros
a vida policopiada e distribuída assim
através da língua... gratuitamente
o amargo sabor deste país contaminado
as manchas de tinta na boca ferida
a vida policopiada e distribuída assim
através da língua... gratuitamente
o amargo sabor deste país contaminado
as manchas de tinta na boca ferida
dos tigres de papel
enquanto durmo à velocidade dos pipelines
esboço cromos para uma
enquanto durmo à velocidade dos pipelines
esboço cromos para uma
coleção de sonhos lunares
e ao acordar... a incoerente
e ao acordar... a incoerente
cidade odeia
quem deveria amar
o tempo escoa-se na música
quem deveria amar
o tempo escoa-se na música
silente deste mar
ah meu amigo...
ah meu amigo...
como invejo essa tarde de fogo
em que apetecia morrer e voltar
em que apetecia morrer e voltar
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