AS MÃOS DE CRISTO.
Já olhaste para tuas mãos?
Viste serem instrumentos
Viste serem instrumentos
de teu sentir e pensar?
Já percebeste que
Já percebeste que
as mesmas mãos
que podem esbofetear,
Também podem dar o carinho,
Também podem dar o carinho,
podem tocar com afeto?
Já observaste que elas podem
servir de escudo contra o outro,
Mas também podem enlaçar-se
Mas também podem enlaçar-se
a outras em gesto de união?
Já as viste em combate
Já as viste em combate
a serviço do ato destrutivo?
Já as viste com suave emoção
Já as viste com suave emoção
no labor do trabalho?
Já as testemunhaste fechadas
Já as testemunhaste fechadas
proclamando maldições?
Já te emocionaste
quando fragilizado recebeste
suas bênçãos?
Já olhaste o desespero
Já olhaste o desespero
dos que as erguem
aos céus em blasfêmias,
Em contraposição à calma
aos céus em blasfêmias,
Em contraposição à calma
dos que as unem em suave oração?
Assim são as mãos,
servas do cérebro e do coração.
E por tua ação tanto podem
E por tua ação tanto podem
fazerem-se malditas ou benditas.
Malditas
Malditas
quando esmagarem os irmãos
vendo neles apenas adversários.
vendo neles apenas adversários.
Benditas quando estenderem-se
para erguerem
para erguerem
os que estão caídos.
Olha para tuas mãos;
Olha para tuas mãos;
sente as tuas mãos,
Lembra-te de como
Lembra-te de como
tens usado as tuas mãos.
E se por este pensar
E se por este pensar
te sentires
de alguma forma tocado,
Então imagina as mãos do Cristo,
As sagradas mãos
As sagradas mãos
de onde emanam bênçãos,
A tocarem a tua face,
A tocarem a tua face,
a enxugar as tuas lágrimas,
A transmitirem-te
A transmitirem-te
consoladora força
para teu bom combate,
Para tua bendita luta
Para tua bendita luta
para semear o bem
em teu dia a dia.
Fazendo-te monge-soldado
daquele que julgas ser teu rei.
Para um dia não ser mais servo,
Para um dia não ser mais servo,
mas filho do Pai Criador.
Para então, não ser mais súdito,
Para então, não ser mais súdito,
mas irmão de teu Salvador.
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Autor: Gilberto Brandão Marcon.
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