O CHAMADO
Os meus olhos verdes
Diante do espelho azularam,
Os meus cabelos grisalhos,
Não tão brancos,
Diante do espelho azularam,
Os meus cabelos grisalhos,
Não tão brancos,
embranqueceram.
Todos os meus músculos enrijeceram
E ao passado retornei,
Com os meus olhos verdes e
Os meus cabelos grisalhos.
E ao passado retornei,
Com os meus olhos verdes e
Os meus cabelos grisalhos.
Dentro de mim uma voz:
Ela está lhe chamando,
Vá ao encontro dela.
E uma presença suave,
Que foi pesando sobre
Ela está lhe chamando,
Vá ao encontro dela.
E uma presença suave,
Que foi pesando sobre
Os meus cansados passos,
Reforçava o incômodo,
O convite, o chamado.
Não suportei e parti.
Não suportei e parti.
Andei léguas a procura
Da matriarca esmorecida.
O meu desespero confundia-se
Com a dor gritante da desistência
Da matriarca esmorecida.
O meu desespero confundia-se
Com a dor gritante da desistência
Que se chocou com a dormência
De um corpo atribulado.
E quando pensei em desistir,
Fui conduzido à anfitriã,
Que me ensinou o caminho.
De um corpo atribulado.
E quando pensei em desistir,
Fui conduzido à anfitriã,
Que me ensinou o caminho.
E os meus olhos verdes
Avistaram a matriarca,
Os meus braços pesados,
Sem forças, sem calor,
Abraçaram a matriarca.
Avistaram a matriarca,
Os meus braços pesados,
Sem forças, sem calor,
Abraçaram a matriarca.
Bem longe de como deveria
O neto abraçar a sua avó.
Ainda os meus olhos verdes
Procuraram os olhos da matriarca,
Que meio ressabiados,
Totalmente envergonhados,
O neto abraçar a sua avó.
Ainda os meus olhos verdes
Procuraram os olhos da matriarca,
Que meio ressabiados,
Totalmente envergonhados,
Desbotaram-se ao chão.
Olhos que, luas depois,
Apagaram-se, encerraram
Um longo caminhoDe uma vida enfim.
Olhos que, luas depois,
Apagaram-se, encerraram
Um longo caminhoDe uma vida enfim.
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