OITENTA E CINCO
Faz de conta que nasci agora
e não sei do que o mundo é capaz
Se eu fosse o rei de todas as coisas,
Se eu fosse o rei de todas as coisas,
elas seriam lindas demais
Faz de conta que nasci
do vento de todo absurdo
Que nasci da mágica de
Que nasci da mágica de
um encanto surdo
Que a gente é tudo
Que a gente é tudo
o que nasceu pra ser
Faz do nosso conto
uma verdade que ninguém contou
Se eu fosse a primavera,
Se eu fosse a primavera,
em nenhum outono morreria flor
Faz do nosso conto um absurdo lindo
E do absurdo um verso indescritível
Que só a gente nasceu pra escrever
E do absurdo um verso indescritível
Que só a gente nasceu pra escrever
Faz de nós um canto,
uma voz branda que a tudo ensurdece
Se eu fosse a dura lenha,
Se eu fosse a dura lenha,
é só teu fogo que me anoitece
Um dia tudo vai me aquecer
Mas, faz de conta que é você quem faz
O meu coração confundir incêndio
Mas, faz de conta que é você quem faz
O meu coração confundir incêndio
com amor demais
Prepare seu campo minado, pra que você, um dia
atravesse sem medo e, como nós, imune a minas
atravesse sem medo e, como nós, imune a minas
Ainda somos aqueles que sambam
Mesmo quando tudo está tão ruim
Se eu fosse o tempo das coisas bonitas,
Mesmo quando tudo está tão ruim
Se eu fosse o tempo das coisas bonitas,
nada mais teria fim…
Ithalo Furtado
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