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Aos meus amigos

Sabendo que a nossa vida é por um tempo, é passageira; quero aqui declarar que umas das melhores e grandes coisas que pude receber e manter sempre viva, sempre acesa é e sempre será a amizade dos meus amigos. Este blogs tem como objetivo levar a todos amigos e amigas que a ele visitarem, sempre, uma palavra, uma ideia e um motivo de encontrarem respostas para suas inspirações, meditações e crescimento na fé.

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domingo, 10 de junho de 2018

JOSÉ



JOSÉ.
(Carlos Drumond de 
andrade)
E agora, José?
A festa acabou,
a luz apagou,
o povo sumiu,
a noite esfriou,
e agora, José?
e agora, Você?
Você que é sem nome,
que zomba dos outros,
Você que faz versos,
que ama, protesta?
e agora, José?

Está sem mulher,
está sem discurso,
está sem carinho,
já não pode beber,
já não pode fumar,
cuspir já não pode,
a noite esfriou,
o dia não veio,
o bonde não veio,
o riso não veio,
não veio a utopia
e tudo acabou
e tudo fugiu
e tudo mofou,
e agora, José?

E agora, José?
sua doce palavra,
seu instante de febre,
sua gula e jejum,
sua biblioteca,
sua lavra de ouro,
seu terno de vidro,
sua incoerência,
seu ódio, - e agora?

Com a chave na mão
quer abrir a porta,
não existe porta;
quer morrer no mar,
mas o mar secou;
quer ir para Minas,
Minas não há mais.
José, e agora?

Se você gritasse,
se você gemesse,
se você tocasse,
a valsa vienense,
se você dormisse,
se você cansasse,
se você morresse...
Mas você não morre,
você é duro, José!

Sozinho no escuro
qual bicho-do-mato,
sem teogonia,
sem parede nua
para se encostar,
sem cavalo preto
que fuja do galope,
você marcha, 

José!José, para onde?

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