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sábado, 17 de agosto de 2019

SOFRIMENTO. (Poesia),



por Gonçalves Dias


Meu Deus, Senhor meu Deus, 
o que há no mundo
Que não seja sofrer?
O homem nasce, 
e vive um só instante,
E sofre até morrer!

A flor ao menos, 
nesse breve espaço
Do seu doce viver,
Encanta os ares com celeste aroma,
Querida até morrer.

É breve o romper d'alva, 
mas ao menos
Traz consigo prazer;
E o homem nasce 
e vive um só instante:
E sofre até morrer!

Meu peito de gemer 
já está cansado,
Meus olhos de chorar;
E eu sofro ainda, 
e já não posso alivio
Sequer no pranto achar!

Já farto de viver, 
em meia vida,
Quebrado pela dor,
Meus anos hei passado, 
uns após outros,
Sem paz e sem amor.

O amor que eu tanto 
amava do imo peito,
Que nunca pude achar,
Que embalde procurei, 
na flor, na planta,
No prado, e terra, e mar!

E agora o que sou eu? 
- Pálido espectro,
Que da campa fugiu;
Flor ceifada em botão; 
imagem triste
De um ente que existiu...

Não escutes, meu Deus, 
esta blasfêmia;
Perdão, Senhor, perdão!
Minha alma sinto ainda, 
- sinto, escuto
Bater-me o coração.

Quando roja meu corpo 
sobre a terra,
Quando me aflige a dor,
Minha alma aos céus se eleva, 
como o incenso,
Como o aroma da flor.

E eu bendigo 
o teu nome eterno e santo,
Bendigo a minha dor,
Que vai além da terra 
aos céus infindos
Prender-me ao criador.

Bendigo o nome teu, 
que uma outra vida
Me fez descortinar,
Uma outra vida, 
onde não há só trevas,
E nem há só penar.

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