DOCE AMADA AMANTE
Minha doce amada amante O tempo cada vez mais nos afasta.
Reconheço que pouco ou quase nada fiz
Para te provar o meu amor.
Fui levando minha vida paralela a tua,
Pouco a pouco te perdendo.
Hoje só me resta escrever
Para lhe dizer o quanto te amei.
Na aurora de minha juventude
Despertastes em meus sonhos,
Que pouco tempo foi o bastante
Para sentir que ti queria.
Mais sempre rodeada de admiradores
Tu vivias.
E eu não podia sequer te tocar,
Temia que o meu amor fosse recusado.
E o tempo foi passando
Junto dele eu também passava.
E o meu sonho, que para mim era tão belo
Tornar- se-ia mais tarde num pesadelo
Pois com outro você se uniu!
Daí à frente comecei a morrer.
Como a um rio que perde suas águas
Eu te perdi e morri.
Que pena não ter sido uma morte física,
Em que eu sumisse.
Mas fiquei contemplando
Em meu castelo de dor e desilusão,
Tua felicidade, que devia ser comigo,
Nos braços de outro
Que duvido te amar
Uma milésima parte do quanto te amo!
Sim, Odalisca!
Você foi tudo que quis e não tive.
Tens alguém ao teu lado,
Que não te quer com o meu querer.
Sem você, sou e serei um barco
À deriva da vida.
Esperando que ao naufragar
Possa ver salvo na eternidade
pelas tuas mãos!
Adeus, amor, sem ressentimentos!
Desejo-te muita paz e tranqüilidade!
Se um dia, ao passares pela estrada da vida
E te deparares com um mendigo,
Não vires o rosto e nem o desprezes.
Pois pode ser eu, que já morto,
Esteja apenas esperando
Pelo instante derradeiro de partir.
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Poesia de Erleu Fernandes.


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